Voltei hoje, bem mais alegre, feliz, esperançosa e nostálgica que da última vez.
É engraçado como certas coisas são "auto-varridas" da nossa memória às vezes... Mas, basta um único toque ou vestígio, pra que tudo que estiver relacionado a essas coisas volte à tona com força total. Foi assim hoje e, instantaneamente, fiz uma jornada de volta no tempo, mais precisamente à 2003, janeiro, quando recebi das mãos da minha professora do sexto e último ano do shõogakkou as duas provas mais vívidas e inestimáveis de tudo que passei no Japão, durante cinco longos anos.
O caderno artesanal com capa de folha de arroz (ou pelo menos assim me disseram na produção) verde contém todos os sakubuns, ou, textos memoriais dos formandos do ano de 2003. Já no mais chique de capa aveludada vermelha e letras imitando caligrafia antiga pintada de dourado contém pouco mais que texto; há fotos, imagens, cenas provavelmente esquecidas hoje por todos que a protagonizaram. Seis anos de experiência, novidades, laços...
Anyway... Meu sexto ano escolar teve muitas surpresas pra mim. A primeira desilusão amorosa, a primeira quase-cantada (tudo bem, o garoto tinha perdido uma aposta, mas e daí?), o primeiro círculo de amizades mais próximo, as responsabilidades de "oneesan", a primeira idolatração por uma criança mais nova... Seria tudo tão bonito, se não tivesse sido trágico em muitas partes.
Folheei as páginas do álbum. Quem diria, algumas imagens ali eu nem mesmo lembrava que existiam! É uma pena profunda que hajam poucas fotos minhas ali... Entrei na escola elementar de Minakuchi já na quarta série, o que não me permitiu estar presente em muitos eventos da turma comparada àqueles que criavam raízes fortes ali desde a primeira. Mas, quem liga? Eu estava lá... E é o que importa.
Ah, as memórias... Boas, ruins, traumatizantes... Mas todas, memórias. Não voltam mais, mas, quer saber? Acho que tudo está em seu devido lugar de certa forma. Fui feliz lá na medida do possível de uma maneira que provavelmente eu não seria aqui.
Tudo teve seu tempo do jeito exato que deveria ser... O que não impede é claro de deixar um pouco de saudades.
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