Post de ressurreição do blog.
Problemas, conflitos e paranóias à parte, o A Little Piece Of Heaven está de volta, de cara nova, mas com a mesma dona antiga e rabugenta de sempre.
Anyways, pra quem ainda lê, enjoy.
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" Querida mamãe.Oh não, espere. Eu jamais te chamei assim... Vamos recomeçar.
Mãe... Desde que nasci, as coisas não têm sido como deveriam pra nós, não é? Não passamos os anos mais cruciais da minha infância juntas, fiquei sem você durante dois anos, te vi apenas por uma fita gasta de vídeo cassete e não reconheci você quando te vi, mas... Nós estamos aqui, agora, apesar de tudo. Vinte anos depois e nossas conquistas e perdas juntas foram inúmeras, mas jamais neguei que te amava, ainda que do meu jeito torto e estranho.
Você sofreu e ainda sofre muito comigo, eu sei. Não sou o que você esperava, mas tento te compensar de outras formas. Não sou emotiva e sensível como você, tampouco me magoo fácil ou demonstro tristeza, mesmo quando ela parece me sufocar à ponto de me enlouquecer. Mas eu tento ser sua base, o seu muro de lamentações inabalável que vai estar sempre lá pra te dar uma opinião racional e sincera, pois às vezes é difícil pra você tê-la sozinha. Sou seu ombro amigo, sua companhia de risadas e de piadas ácidas sobre nosso cotidiano repetitivo, e gosto disso. Mesmo quando as gozações fogem de controle e o alvo se torna eu.
Acontece que... Eu não reclamo das coisas. Mesmo quando elas me incomodam muito. Mas me desculpe, dessa vez está passando dos limites.
A questão aqui não é se você está ou não ouvindo o que eu estou dizendo. É a naturalidade como você ignora minhas palavras enquanto se lembra dos mais remotos fatos e acasos que ococrreram no passado de terceiros. Percebe isso? Quantas vezes me faz repetir por dia a mesma resposta pras mesmas perguntas e tenta sair como a vítima da história? Deus, quando foi que o que eu digo perdeu a importância pra você? E, acima de tudo, desde quando eu me tornei sua sucessora nessa vida vazia e entediante que você mesma escolheu pra você? Não sou sua empregada, sabia? Oh, desculpe, você não sabia... Porque eu nunca digo.
Nossos problemas não se resumem à isso, e não culpe a situação atual, pois já estivemos bem pior. Não quero ser a culpada pela sua depressão... Eu me odiaria se você caísse nesse poço sem fundo novamente e receio que dificilmente conseguiria te fazer sair de lá, mas só quero que reflita um pouco, pra variar, nos problemas de alguém que passa muito mais tempo perto de você do que aquela tia, ou prima...
Você iria querer ser o meu poço sem fundo? "
